Para lançar um tema são diversas dinâmicas que servem para provocar a discussão. Algumas adaptam-se a determinadas temáticas específicas, outras servem para qualquer tema.
Nível de dificuldade: –Objectivos: Mostrar a interdependência dos fenómenos ligados ao desenvolvimento; – Descodificar os estereótipos, as actuações e as ideias mais simplistas; – Familiarizar-se com o emprego de técnicas de análise da realidade a partir de imagens e de fotografias, com a selecção da informação produzida por fontes diferentes e, igualmente, com a apresentação ordenada das conclusões assim como a prática do debate democrático.Pessoas: 20 a 25 pax (equipa em iniciação), 2 ou 3 animadores (de forma a melhor enquadrar os subgrupos)Material: folhas grandes de papel, ou de cartão, para desenhar a rosa-dos-ventos; “esquema base” da rosa-dos-ventos; selecção de fotografias.Duração: 2 a 6 horas
Concretização:
O animador apresenta o “esquema base” da rosa-dos-ventos explicando em que consiste a bússola. O grupo é convidado a fazer uma “tempestade de ideias” para definir os 4 eixos da rosa: como é que estes 4 conceitos são vistos pelo grupo. Em seguida coloca-se uma fotografia no centro da rosa, relativa a um tema de interesse previamente escolhido. Convida-se o grupo a fazer as suas perguntas sobre a realidade apresentada, a partir de cada eixo e termina-se com um debate sobre a análise feita. Os participantes dividem-se em 5 subgrupos e recebem marcadores, folhas de papel e uma fotografia. Agora, irão analisar as fotografias sob os diferentes ângulos se necessário com a ajuda dos animadores que orientando o grupo chamam a atenção para as questões mais importantes. Os relatores de cada grupo apresentam as conclusões da análise feita. Por sua vez os animadores fazem algumas perguntas de carácter geral que relacionam os diferentes pontos abordados e que vão suscitar o debate final sobre o respectivo tema.Temáticas: “Racismo/Xenofobia”; “Relações Norte/Sul que futuro?”; “Tolerância”.
Nível de dificuldade: –
Objectivos: iniciar uma discussão acerca das regras na sociedade e das classes minoritárias e maioritárias; – experiênciar a discriminação; – experiênciar o poder.
Pessoas: Qualquer, 1 animador
Material: papelinhos autocolantes de duas cores diferentes; lista de regras para cada uma das cores; cadeiras, aparelhagem, etc
Duração: a determinar
Concretização:
Distribui-se o grupo em dois subgrupos que possuem cada um uma cor. Cada pessoa deve estar devidamente identificada pela sua cor. Colocam-se as regras de cada grupo numa parede de forma a que possam ser constantemente observadas. A sessão deve ter o seu procedimento normal em que são implementadas estas regras ou poderá realizar-se uma actividade com este efeito. No final, poder-se-á discutir como é sentir o poder ou sentir a discriminação, que tipos de discriminações aparecem na vida real, quem tem o poder na nossa sociedade, etc. Nota: As regras poderão ser, por exemplo: Grupo dos amarelos – Não se podem sentar nas cadeiras – Não podem estar juntos com mais de uma pessoa – Não podem falar com os verdes a não ser que estes lhes perguntem alguma coisa – Não têm acesso ao equipamento a não ser com autorização Grupo dos verdes – Têm prioridade nos jogos de tabuleiro – Têm prioridade a escolher a música – Têm acesso livre ao equipamento – São convidados a uma bebida grátis no final do jogo se cumprirem as regrasTemáticas: “Interculturalidade”; “Racismo”; “Tolerância”; “Relações Norte/Sul que futuro?”
Nível de dificuldade: 1Objectivos: Desenvolver um determinado tema para facilitar a discussão do mesmo.
Pessoas: 10 a 15 pax, 1 ou 2 animadoresMaterial: folha de papel grande; qualquer coisa para escrever
Duração: 10 minutos + 10 minutos
Concretização:
A partir de um tema dado, os participantes devem dizer, num curto espaço de tempo, tudo o que lhe passa na cabeça, sem se censurar, sem julgar o outros e sem fazer comentários. As intervenções são feitas espontaneamente, sem ordem, desde que todos tenham qualquer coisa a dizer. Isto permite transmitir as ideias e criatividade de cada um. Tudo deve ser anotado no papel. O exercício terminará quando as ideias terminarem ou quando o animador achar que tem ideias suficientes no placard. Em seguida o grupo avalia o trabalho e faz um comentário às coisas anotadas. Também é possível fazer o exercício por escrito, isto é, cada um anota num minuto a maior quantidade de palavras que conseguir relacionar com o tema.
Nível de dificuldade: 2Objectivos: levar um grupo a pensar em determinadas questões relacionadas com um tema específico; aprender a discutir.
Pessoas: 10 a 20 pax (a partir dos 14 anos), 2 animadoresMaterial: folhas grandes de papel; marcadores; fita-cola
Duração: 1 a 2 horas
Concretização:
Todos os participantes sentam-se no chão, numa roda à volta de 4 grandes folhas de papel. Em cada folha está escrita uma palavra-chave diferente que esteja intimamente relacionada com o tema a tratar. Dependendo do tamanho e interesse do grupo podem-se utilizar apenas duas palavras. O animador pede às pessoas para escrever aquilo que lhe vier à cabeça associado com a palavra em questão. Eles deverão analisar o que cada um escreveu e dar contra argumentos, fazer ligações ou fazer perguntas, etc… A regra básica é: ninguém pode falar!! Não faz mal se escreverem todos ao mesmo tempo pois significa que estarão empenhados em participar. Um dos animadores indica que a discussão irá terminar ao fim de 10 minutos ou quando todos terminarem de escrever. No final da discussão em silêncio, os participantes podem expressar os seus sentimentos em relação à situação a que acabaram de ser sujeitos, e às dificuldades do jogo.
Nível de dificuldade: 2Objectivos: Começar uma reflexão sobre os diferentes grupos na sociedade; aumentar a atenção sobre a discriminação e o preconceito; encorajar a empatia com a experiência de ser excluído e rejeitado.
Pessoas: a partir de 16 pax, 1 animadorMaterial: papel autocolante colorido (ex.: num grupo de 16 pessoas ter 5 cores de espaço necessário forma a se formarem 4 grupos de cores diferentes e uma pessoa isolada com uma cor diferente de todas as outras)
Duração: 20 minutos
Concretização:
Cola-se um papelinho colorido em cada testa dos participantes sem estes verem qual é a sua cor. Estes têm de formar grupos juntando-se às pessoas que têm a mesma cor. Ninguém pode falar nem por linguagem oral nem gestual. No final têm de estar todos agrupados excepto aquele que tem uma cor diferente de todos (o estranho). Após o jogo, seria interessante explorar o que se sentiram ao descobrir pessoas do seu grupo, o que sentiu o excluído ao ver que estava sozinho, se tentaram ajudar os outros grupos a formarem ou só se centraram no seu próprio grupo,… Seria interessante pensar quem são os estranhos e excluídos da sociedade em que vivemos.Temáticas: “Interculturalidade”; “Racismo/Xenofobia”; “Tolerância”.
Nível de dificuldade: 2Objectivos: Visualizar os desequilíbrios demográficos e económicos entre os continentes.
Pessoas: 12 a 30 pax (mais de 15 anos), 2 animadores.Material: tantas cadeiras quantos os participantes; cartazes com as palavras “América do Norte”, “Europa”, “África”, ” Ásia” e “América Latina”; quadros contendo os números referentes à população mundial e ao PIB (Produto Interno Bruto) distribuídos pelos continentes, (em anexo os de 1996, poderão ser actualizados).
Duração: entre 20 e 30 minutos
Concretização:
Primeiro, o animador coloca os cartazes nas paredes da sala. Em seguida, explica ao grupo que vai mostrar, de uma maneira simbólica, a repartição da população mundial. Se aquele lugar fosse o mundo e o grupo a sua população, cada participante representaria x milhões de habitantes. Pede-se então aos participantes que se espalhem no local e que se reagrupem debaixo dos cartazes representando os 5 continentes, de forma a mostrar com a maior exactidão possível a representação da população mundial. Uma vez que o grupo esteja colocado nos seus locais, o animador dá os números reais e corrige, se for caso disso, o simbolismo feito. · Num segundo tempo, trabalha-se sobre a riqueza mundial, representada pelas cadeiras. O animador indica que cada cadeira representa x milhões de dólares. O grupo divide as cadeiras debaixo dos cartazes. O animador dá em seguida os números reais e corrige-se o simbolismo. · Para terminar o jogo, os “habitantes” devem ocupar todas as cadeiras. Nenhuma delas deve ficar sem ser utilizada e nenhum habitante pode ficar de pé. Como “gato perseguido” deve-se subir às cadeiras. Haverá risos certamente: ver os americanos nas suas cadeiras vazias, em frente aos asiáticos que se amontoam aos cachos nas pouquíssimas cadeiras… Este é o jogo ideal para começar de uma maneira muito viva um encontro sobre o desigual desenvolvimento do planeta.Temáticas: “Relações Norte/Sul que futuro?”; “Solidariedade”; “Opção pelos pobres”
Nível de dificuldade: 3Objectivos: Suscitar a análise de determinado problema; aprender a argumentar; melhorar as acções postas em prática relativamente à problemática; sistematizar conceitos e os conhecimentos que surgiram durante a formação.
Pessoas: mínimo de 12 pessoas (mais de 15 anos), 2 animadores.Material: Brochuras, livros, material audiovisual que os grupos podem utilizar tanto na defesa como na acusação.
Duração: O julgamento pode ser feito numa só manhã. Este exercício pode servir de fio condutor para um estudo mais longo e repartido no tempo (vários dias) se pretendermos profundar a problemática e confrontar diferentes fontes de informação.
Concretização:
Distribuição dos papéis:
– Um juiz
– Dois secretários (que transcrevem as diferentes intervenções)
– Um júri (três pessoas)
– Um grupo de acusação
– Um grupo de defesa
– Testemunhas (quer sejam provenientes do próprio grupo, quer outras pessoas anteriormente convidadas).O exercício começa pela apresentação de uma acusação, previamente redigida pelos animadores ou preparada com os participantes. A problemática que desejamos aprofundar é sempre aquela que é o objecto da acusação.
Começa o julgamento: O juiz relê a acusação e informação a assembleia sobre o desenvolvimento do processo. Ele é também o garante da boa gestão do tempo. Apresentação da acusação (10 min.): um porta-voz do grupo apresenta os seus argumentos que explicitam ou reforçam a acusação, a partir dos elementos concretos e reais.
Apresentação da defesa (10 min.): um porta-voz do grupo apresenta os seus argumentos que diferem da acusação e trazem elementos concretos e reais que demonstram os aspectos positivos da questão em causa.
O juiz autoriza um intervalo na sessão (10 min) de modo a que a defesa e a acusação reorganizem os seus argumentos e preparem as suas testemunhas.
A acusação desenvolve três argumentos que podem ser apoiados pelo interrogatório das testemunhas (5 min.). A defesa e os jurados fazem perguntas a fim de serem esclarecidos. O advogado de defesa pode tornar a interrogar as testemunhas de acusação.
A defesa desenvolve três argumentos que podem ser apoiados pelo interrogatório das testemunhas (5 min.). A acusação e os jurados fazem perguntas a fim de serem esclarecidos. O advogado de acusação pode tornar a interrogar as testemunhas de defesa.
O juiz anuncia um intervalo na sessão a fim de permitir às duas partes a preparação das suas exposições.
A exposição feita pela acusação (5 min.) é seguida da exposição da defesa (5 min.)
O júri dispõe de 10 minutos para deliberar e propor um veredicto. Em Seguida um membro do júri faz a leitura do veredicto perante a assembleia.
O juíz termina fazendo as sínteses das teses apresentadas por cada uma das partes e das do júri. Dita então a sentença que nunca é uma decisão a favor ou contra o acusado. O papel do juiz é o de destacar os diferentes aspectos da mesma problemática (finalidades, limitações, dificuldades e contradições).Recomendações: Os animadores podem pôr à disposição dos participantes, material previamente seleccionado, que facilite o processo de investigação e de análise do tema: livros, meios audiovisuais, testemunhos, jogos, etc… Pode-se atribuir outra distribuição do julgamento do tempo, mais espaçada ou mais concentrada.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Explorar as relações entre aquilo que esperam de nós e a forma como nos comportamos; aumentar a atenção da influência do nosso comportamento nos outros; começar a discussão sobre os efeitos de estereotipar as pessoas.Pessoas: a partir de 10 pax, 1 animador.
Material: etiquetas autocolantes para cada pessoa.
Duração: 45 minutos.
Concretização:
Em cada etiqueta, escreve-se uma característica. Por exemplo: irresponsável, engenhoso, estúpido, esperto, trapalhão, preguiçoso, etc… Decide-se uma tarefa imaginária para o grupo fazer. Explica-se aos participantes essa tarefa e clarifica-se que têm de tratar-se conforme aquilo que vêm escrito na etiqueta. Esta não pode ser vista pelo próprio portanto a palavra que se tem na testa não deve ser proferida por nenhum dos outros participantes. No final da actividade, quando a tarefa estiver realizada, as pessoas devem tentar adivinhar qual a sua característica. Após o jogo, deve haver discussão podendo colocar questões como: o que sentiram durante a realização da tarefa, que rótulos colocamos nós às pessoas na vida real, o que é que isso afecta no seu e no nosso comportamento…Temáticas: “Tolerância”; “Opção pelos Pobres”; “Solidariedade”.
Nível de dificuldade: 1
Objectivos: Desenvolver um determinado tema para facilitar a discussão do mesmo.Pessoas: 5 a 10 pessoas, 1 animador
Material: Scrabble ou Folha de papel e qualquer coisa para escrever
Duração: 40 minutos
Concretização:
O tema ( Escola, por exemplo) é escrito na vertical em letras maiúsculas no tabuleiro ou numa folha de papel, em cima da mesa. Cada um é convidado a vir escrever um ou dois nomes ligados ao tema articulando depois outras palavras de forma a construir o Scrabble. O grupo constrói, assim, um quadro de ideias que vai permitir levar a discussão mais longe.Temáticas: “Escola”; “Cooperação”.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: chamar a atenção da presença de outras culturas na nossa própria sociedade; valorizar positivamente as influências de outras culturas.Pessoas: 10 a 25 pax, 1 animador.
Material: sala espaçosa;
Parte A: papel, canetas, marcadores de diferentes cores;
Parte B: câmara de vídeo, gravador,…Duração: Parte A: 30 minutos; parte B: 2 horas; parte C: 1 hora
Concretização:
Parte A: Esta primeira parte servirá para fazer o planeamento da actividade. Cada grupo deve ter no máximo 6 pessoas e deve explorar atentamente o meio onde estão inseridos (cidade, escola, bairro, país…) comparando com outros países através de fotografias ou imagens destes. Desta comparação devem surgir as semelhanças e as diferenças entre a cultura de cada participante e a cultura dos outros países. Deve-se verificar quais as influências das outras culturas na nossa como por exemplo no que diz respeito à gastronomia, moda, música, comunicação social, linguagem, etc.Parte B: Esta segunda parte servirá para fazer uma visita à sua própria vida e ao local onde vivem. Deverão dispender de duas horas para o explorar, confrontando as discussões que tiveram e características que apontaram.
Parte C: A apresentação das conclusões deverá ser feita utilizando diferentes instrumentos como o vídeo, entrevistas, fotografias, documentários, etc… No final da actividade dever-se-á realizar uma avaliação podendo-se também discutir algumas questões como quais as surpresas que houve, a importância de haver tantas semelhanças com outros países, que limites tem esta igualdade, etc.
Temáticas: “Interculturalidade”; “Racismo”; “Globalização” .