As Dinâmicas de expressão e criatividade servem para ajudar as pessoas a dar a sua opinião sobre determinado assunto de formas mais clássicas ou mais criativas. Algumas delas são especificamente orientadas para uma ou várias temáticas indicadas.
Nível de dificuldade: 3
Objectivos: ter em atenção a forma como a cultura afecta as nossas vidas; estimular a discussão sobre como pessoas de diferentes culturas comunicam e interagem, explorar tabús culturais e os limites da tolerância, estimular a discussão sobre interculturalidade.
Pessoas: 10 a 16 pessoas, 2 animadores (pelo menos)
Material: canetas e lápis, fotocópias das instruções para as tribos (fazer download), bebidas, copos e biscoitos que cheguem para toda a gente, mapa mostrando a localização dos balões escondidos cortado em quatro pedaços, cinco balões vermelhos, 3 balões de cores diferentes, 2 balões parecidos mas diferentes de todos os outros escondidos num local secreto, corda para apertar os balões, fita cola para colar os balões ás paredes, uma caixa incluindo pins, tesouras, batôn vermelho e cola, espaço amplo.
Duração: 2 horas
Concretização:
Introdução:
Existe uma ilha onde vivem duas tribos. A tribo Y vive na zona mais montanhosa e a tribo Z vive na zona costeira da ilha. Elas coexistem lado a lado e raramente estabelecem contactos entre si. As tribos têm diferentes línguas e diferentes culturas, contudo para ambas os balões têm uma especial importância. Na tribo Y, as pessoas atribuem grande valor à diversidade de balões por questões religiosas, e tentam coleccioná-los nos seus mais variados tipos, formas, cores e tamanhos.
Na tribo Z usam os balões, particularmente os redondos e vermelhos, para fins medicinais. Recentemente a tribo Z começou a sofrer de uma estranha doença que, conforme a lenda, só tem uma hipótese de cura que é através de um raro tipo de balões.
Estes só se encontram num sítio desconhecido da ilha. Para sua sorte, existe um mapa, passado através das gerações, o qual eles têm a certeza que os levará até ao novo balão que eles necessitam.
Infelizmente, à muitos anos atrás, o mapa foi quase destruído numa guerra e a tribo Z só tem uma parte dele. A lenda diz que a tribo Y tem a outra parte.
Objectivo do jogo:
- Para a tribo Y, proteger os seus balões;
- Para a tribo Z, encontrar a cura que eles precisam.
No entanto, tal como na vida real, os participantes irão perceber que naturais imprevistos se têm de ultrapassar.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Esta actividade tem em vista aproveitar a criatividade e o potencial dos indivíduos, pessoalmente e do grupo no geral.
Pessoas: 10 a 30 pax, pelo menos 2 animadores
Material: Equipamento de vídeo; marcadores; papel de cenário
Duração – 2 horas
Concretização:
É dito ao grupo que o objectivo deste exercício é criar em um filme de 15 a 20 minutos sobre um determinado tema. Pode ser racismo, xenofobia, intolerância, usando um vídeo e material estimulante. Cada grupo de 5 ou 6 pessoas decide como fará o programa de 15 minutos. Enquanto um grupo estiver a filmar os restantes deverão elaborar os tópicos das ideias que pretendem abordar. No final, os grupos assistem ao vídeo e os participantes podem tirar notas se assim o desejarem. Os participantes têm o resto do tempo para discutir os trabalhos e a sua metodologia. Os animadores devem estar sempre presentes e apoiar os grupos no que for necessário inclusivamente a nível de conteúdo. Deve haver um feedback relativamente ao trabalho de todos os grupos.
Temáticas: “Racismo”; “Xenofobia”.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: criar bom ambiente dentro do grupo; reflectir sobre os processos de opressão, discriminação e exclusão; encorajar o grupo a agir e a seguir as suas vontades.
Pessoas: 10 a 40 pax, 1 animador
Material: 2 balões por participante, 2 pedaços de corda (cerca de 50 cm) por participante, marcadores suficientes para partilhar, papéis autocolantes ou “bostick”, parede branca ou quadro, sala espaçosa o suficiente para se poder correr (sem cadeiras e mesas na zona central).
Duração: 20 a 30 minutos.
Concretização:
Pede-se aos participantes que reflictam (individualmente) por um minuto, sobre o tipo de sociedade em que desejavam viver e para identificar uma ou duas características dessa sociedade. Os participantes escrevem num papel essas características colando-as na parede.
Depois, pede-se para que pensem em dois obstáculos que os impeçam de conseguir essas duas características da sociedade “ideal”. Dá-se a cada pessoa dois balões e uma corda de forma a que os encham escrevendo esses obstáculos. Pede-se para que cada pessoa diga o que escreveu em cada balão. É dito, depois, ao grupo que têm a possibilidade de quebrar as “prisões”. Cada pessoa tem de atar cada um dos balões aos dois joelhos. Quando toda a gente estiver pronta explica-se que para as quebrar têm de estampar os balões para os rebentar. De forma a juntar mais diversão e competição pode-se sugerir a que cada um também tente rebentar os balões dos colegas protegendo os seus. Pode ser aplicado não só acerca da cidade ideal mas também da escola, dos amigos, da igreja, etc…
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: explorar imagens que se tem de outras culturas e grupos sociais, perceber como os estereótipos condicionam as nossas expectativas.
Pessoas: 8 a 10 pax, 1 animador, 1 observador (pode ser o animador).
Material: uma bola, papel e caneta para o observador
Duração: 30 minutos
Concretização:
Os participantes sentam-se em círculo. O animador, sentado do lado de fora, vai escrevendo a história que vai ser criada. O animador explica ao resto do grupo que vão todos juntos criar uma história. Para isto eles vão ter de utilizar uma bola. Eles dizem: “Esta é a história do António, um jovem rapaz de Madrid.”, passando a bola para um membro do grupo que é convidado a continuar a história. No final, a bola segue para outro colega. Continua sempre assim para que a história seja construída em cooperação.
Depois de 10 ou 12 rodadas, o animador pede a bola e diz: “O António tem um amigo Marroquino. O Ali também tem uma história.” e passa a bola para outra pessoa do circulo de forma a começar a contar a história do Ali. A actividade acaba passado 10 ou 15 minutos.
Esta dinâmica pode ser adaptada a outras culturas e grupos sociais mais oportunos para a reflexão, tratando por exemplo de grupos que sejam descriminados socialmente. Pode-se começar por exemplo a história com “Esta é a história da Maria, uma jovem homossexual…” ou “Esta é a história do João, que é um estudante cego…”.Temáticas: “Interculturalidade”, “Ecumenismo”, “Racismo/Xenofobia”, “Sexualidade e Afectividade”, “Tolerância”
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: despertar a curiosidade sobre música de outras culturas e povos; desafiar estereótipos e preconceitos sobre música não europeia; despertar a curiosidade sobre outros povos e culturas; desafiar o etnocentrismo.
Pessoas: 10 a 20 pax, 2 animadores.
Material: músicas de outro país, cultura, continente…; traduções das letras da música (se possível); aparelhagem
Duração: 10 a 15 minutos
Concretização:
A escolha do momento desta actividade deve ser feita cuidadosamente, de forma a ser no início de uma sessão ou depois de um intervalo. Ao ouvir a música, os participantes devem tentar adivinhar qual a sua origem. Se esta tiver letra, devem tentar perceber o que significa. As pessoas podem falar com os colegas dizendo o que acharam da música mas nunca dizendo a origem que pensam ter. No final da sessão ouvem novamente a música revelando no final as suas suposições. É revelada a resposta certa. Se se tiver a letra os participantes devem lê-la.
Temáticas: “Interculturalidade”
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Tomar consciência da responsabilidade de cada pessoa na sociedade; quebrar barreiras de comunicação e colocar toda a gente a partilhar as suas opiniões; tomar consciência da rapidez com que algumas decisões têm de ser tomadas; defender as nossa opiniões e aceitar as dos outros caso a nossa não esteja correcta.
Pessoas: 10 a 40 pessoas, 1 animador
Material: folhas A4; canetas; lista de declarações
Duração: 1 hora
Concretização:
Os participantes têm de imaginar que de um lado da sala é o lado positivo e do outro é o lado negativo. Serão lidas umas declarações e os participantes devem deslocar-se para o lado positivo caso concordem, e para o lado negativo caso não concordem. Aquelas que não têm opinião devem ficar no meio mas não poderão falar. Os que estão do lado positivo ou negativo têm a possibilidade de dar as suas razões para concordarem ou discordarem, tentando convencer os outros a mudarem de lado. No final, quem quiser pode mudar de posição. Continua-se com o mesmo processo até se ler todos as afirmações.
Temáticas: várias
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Discussão de um tema; saber exprimir-se.
Pessoas: 10 a 20 pax (equipas em iniciação), 1 animadorMaterial: sala espaçosa.
Duração: 30 minutos.
Concretização:
Fazem-se grupos de 3 ou 4 pessoas conforme o número total de participantes. Um é o escultor e os outros são as personagens. Cada grupo deve realizar uma estátua humana sobre um determinado tema (igual ou diferente entre os grupos). Os grupos pensam a sua composição (10 min.) e, em seguida, em frente aos espectadores, o escultor monta a sua obra. Estes espectadores devem ao fim dizer como compreendem a escultura e o tema que representam. Finalmente, o grupo diz de que tema se trata e o que pretendiam exprimir.
Nível de dificuldade: 3
Objectivos: Consciencializar as pessoas das diferentes atitudes que se dão no grupo e dos papéis que cada desempenha, para que se ajudem e se aceitem.
Pessoas: 10 a 15 pax, 2 animadores.
Material: Quadrados
Duração: 1 hora
Concretização:
É muito importante que o animador recorde que nos grupos existem uma série de atitudes mais ou menos superficiais que se captam à primeira vista, mas para além disto, existem uma série de impulsos e motivações nos membros do grupo que lhe são únicas. E isto não se percebe com facilidade porque muitas destas atitudes são inconscientes.
Preparação do Material: Dispõem-se cinco envelopes com pedaços de cartolina de distintas formas. Esses cinco pedaços de cartolina formam um quadrado Preparam-se tantos conjuntos de cinco envelopes como subgrupos de pessoas que se venham a estabelecer. Para preparar um conjunto, cortam-se cinco pedaços quadrados de cartolina do mesmo tamanho aproximadamente de 15 centímetros de lado, e com a seguinte forma (as letras a, c e f indicam formas iguais):
1ª Parte – Instruções ao grupo
De uma forma geral, convém, antes de iniciar o jogo, falar com o grupo sobre a importância da colaboração, na busca de um objectivo só. Esta introdução não deve ultrapassar os 5 minutos. O grupo grande distribui-se em subgrupos de 5 pessoas. Comodamente instalados em redor de uma mesa, de onde possam observar os movimentos e atitudes de cada um dos participantes. Assim, o animador deverá dizer: Há envelopes formas, com pedaços de cartolina para que cada um forme uma figura quadrada. Deverá haver um grupo observador que estará atento aos comportamentos e não joga. Quando este der sinal para começar, o grupo deve formar cinco figuras quadradas de igual tamanho. O trabalho não estará completo até que cada indivíduo tenha em frente a si um quadrado perfeito do mesmo tamanho dos outros. O grupo deve obedecer às seguintes limitações específicas durante este exercício: 1- Nenhum participante pode falar; 2- Nenhum participante pode pedir a outro uma peça, nem fazer nenhum sinal relativamente à distribuição das peças. 3- Sem terem de receber em troca, os participantes podem dar peças aos outros.
2ª Parte – Com a nossa forma de nos comportarmos no grupo influenciamos tudo o que fazemos, isto porque cada um de nós tem um papel dentro de si mesmo. Papéis que se pode ter no grupo:
1- o obstinado, fechado.
2- o que engana, astuto.
3- o gabarolas, orgulhoso.
4- o expressivo, comunicativo.
5- o tímido, calado.
6- o perturbador, o que discute.
7- o positivo, que cria.
8- o criativo, que tem a iniciativa, activo.
9- o informador o que participa, opina, dá ideias.Temáticas: “Cooperação”; “Escola”.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Levar as pessoas a perceber que os direitos também são baseados em necessidades.
Pessoas: a partir dos 14 anos 10 a 20 pessoas, 2 animadores Material e espaço necess. · Material – Folhas de papel; MarcadoresDuração: 40 minutos
Concretização:
Os animadores dividem as pessoas em grupos de 5 e lêem o seguinte texto: “Imagina que descobrias um novo país, onde ninguém tinha vivido antes, e onde não havia leis nem regras. Tu e os outros membros do teu grupo serão os pioneiros nesta nova terra. Não sabes que tipo de estatuto vais ter lá.” Individualmente, o participante escreve uma lista com três direitos que pensa serem essenciais para toda as pessoas que vão habitar este país. Assim, o animador pede para as pessoas partilharem o que escreveram e concordarem numa lista de 10 direitos que o grupo ache que devam ser garantidos. Eles deverão dar um nome ao país e escrever numa grande folha de papel juntamente com a sua lista. Cada grupo apresenta a sua lista aos restantes participantes. Se houver direitos que surjam repetidos o animador deverá assinalar com uma cruz. Depois de todos os grupos terem apresentados, o animador pede para as pessoas encontrarem ( se houver) direitos que se contradigam. Será que esta lista pode ser totalmente racionalizada? Poderão direitos semelhantes estar agrupados em conjunto? Quão perto da realidade estará esta lista?
Temáticas: “Direitos Humanos”; “Racismo”; “Interculturalidade” .
Nível de dificuldade: 3
Objectivos: perceber a realidade dos refugiados e dos imigrantes – perceber as dificuldades que eles passam no país acolhedor.
Pessoas: mais de 5 pax, 1 animador
Material: cópias do início da história que será lida; papel grande; canetas
Duração: entre 90 minutos a 2 horas
Concretização:
Lê-se em voz alta ou distribui-se cópias da seguinte história:
“Miriam é uma refugiada na tua cidade. Ela chegou há dois meses do seu país onde estava em perigo de perder a própria vida devido às suas condições económicas (ou ideais políticos).”
As pessoas deverão formar grupos de quatro a seis pessoas para discutir e seguidamente escrever uma pequena história ou notícia de jornal acerca de como a Miriam deixou o seu país e como está a ser a sua vida no nosso. Devem pensar sobre: como é a vida da Miriam, que dificuldades enfrenta, como está a ser ou não ajudada, como aprende a nossa língua, se consegue ou não trabalhar e em que empregos, se está ou não a passar por um momento fácil da sua vida, como terá sido a as viagem, porque terá saído de lá, como obteve dinheiro, o que deixou para trás, etc. Após as apresentações dos trabalhos de cada grupo, a discussão poderá passar por pensar até que ponto é justa a história de Míriam, que casos conhecemos deste tipo dentro da nossa cidade, até que ponto nós os ajudamos, etc. Seria interessante que se convidasse um refugiado ou um imigrante para que nos ajudasse nesta reflexão.Temáticas: “Interculturalidade”; “Racismo” “Tolerância”.
Nível de dificuldade: 2
Objectivos: Explorar a imaginação das pessoas e aproveitar o seu potencial criativo; levar as pessoas a acreditar que o trabalho, para ser bom, deve ser criativo e há diversas maneiras de o concretizar.
Pessoas: 10 a 30 pessoas, 2 animadores
Material: Cartões brancos (tipo postais); Folhas A4; Marcadores
Duração: 2 horas
Concretização:
A actividade começa com a leitura de um poema, uma canção, história ou provérbio que esteja relacionado com a própria vida de cada um. O animador deve explicar que normalmente ouvimos e lemos notícias, frases em revistas ou jornais que nos tocam bastante e relativamente às quais temos, de facto, algo a dizer. Neste exercício, é preciso, portanto, que o animador incentive as pessoas a elas próprias escreverem os seus poemas e as suas frases sobre as suas próprias experiências ou sobre as dos outros. No final podese fazer uma recolha de todos os contributos dos participantes.